Centrão e oposição fatiam poderes de Bolsonaro
O relacionamento de Jair Bolsonaro com o Congresso tornou-se perigosamente gasoso. Os problemas surgem, mas não há no cenário político ninguém com disposição e capacidade para resolvê-los. Em consequência, o governo está sujeito a ataques oportunistas de uma aliança informal que se estabeleceu entre congressistas dos partidos do chamado centrão e da oposição.
Trama-se abertamente a transferência de poder do âmbito do Executivo para a seara do Legislativo. Na verdade, esse deslocamento de poder já está acontecendo. Os parlamentares concluem a tramitação de duas propostas emblemáticas. Numa, eles impõem ao Executivo o pagamento de despesas enfiadas dentro do Orçamento da União por meio de emendas de bancadas. Noutra, transferem o dinheiro dessas emendas diretamente para as prefeituras, sem a intermediação do Executivo.
Ao promover parcerias pontuais com a oposição, os partidos do centrão, que trazem o governismo no DNA, revelam o insucesso do hipotético diálogo que Bolsonaro imagina ter inaugurado com os dirigentes de 13 partidos que já recebeu no Planalto. As conversas aconteceram. Entretanto, afora a perda de tempo, o custo da mão de obra do garçom e o desperdício de água e cafezinho, não resultaram em nada.
Alega-se no Planalto que o velho e bom centrão ainda não suporta a ideia de negociar segundo os hábitos da "nova política". Os deputados do centrão respondem que não há política velho ou nova —existe política. Enquanto as duas partes não chegam a um acordo, a reforma da Previdência caminha em ritmo de lesma. E o governo vai sendo tratado no Congresso como um pedaço de salame a ser fatiado. Nas próximas semanas, o centrão cogita servir uma fatia constrangedora. Trama-se derrubar um decreto editado por Bolsonaro.
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