Bolsonaro torna Guedes um gerente de padaria
Defendida com tenacidade pelo ministro Paulo Guedes, a ideia de que o governo precisa assegurar uma economia mínima de R$ 1 trilhão na reforma da Previdência para evitar o caos fiscal não é verdadeira. Coube a Jair Bolsonaro pendurar no Posto Ipiranga a tabuleta de mentiroso. De acordo com o presidente da República, uma poupança de R$ 800 bilhões em dez anos já seria suficiente.
Por mal dos pecados, Bolsonaro reduziu o piso que seu ministro havia fixado justamente num dia em que a equipe de Guedes elevou o teto. Ao divulgar por pressão os dados que escondia por opção, a pasta da Economia informou que, em vez de R$ 1,072 trilhão, a reforma resultaria numa economia de R$ 1,237 trilhão se fosse aprovada pelo Congresso sem retoques.
Fica claro que, no atual governo, a verdade é tão preciosa que precisa ser protegida por uma escolta de mentiras. Em café da manhã com jornalistas, Bolsonaro revelou que foi o próprio Guedes quem lhe disse que uma poupança de R$ 800 bilhões já representaria um "ponto de inflexão" no rumo da economia.
Tomado pela confiabilidade das cifras que maneja, Guedes transforma as projeções da reforma da Previdência em algo que na Universidade de Chicago, onde estudou, talvez fosse chamado de 'bakerie's account'. Ao expor as contas de padaria, Bolsonaro como que rebaixa Guedes de czar da economia a gerente de um forno de assar pães e biscoitos.
As gafes de Bolsonaro tornaram-se parte da paisagem. Entretanto, em matéria econômica, uma gafe do presidente é uma verdade dita em hora errada. Nesta quinta-feira, a Câmara instalou a comissão que mergulhará no mérito da proposta previdenciária. O Ministério da Economia pega em lanças para evitar que os deputados estraçalhem o texto. É contra esse pano de fundo que Bolsonaro esclarece que as contas de Guedes têm uma consistência de farinha de rosca.
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