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Josias de Souza

STF deve julgar até junho Geddel, Collor e Renan

Josias de Souza

29/04/2019 04h12

Responsável pelos processos da Lava Jato, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal deve julgar até junho casos envolvendo o ex-ministro Geddel Vieira Lima e dois senadores: Fernando Collor de Mello (Pros-AL) e Renan Calheiros (MDB-AL). Réus em ações penais, Geddel e Collor podem ser condenados. O processo contra Renan está em fase anterior, na qual o acusado pode virar réu se a denúncia formulada contra ele for considerada consistente.

Geddel é acusado de desviar R$ 51 milhões dos cofres públicos. Collor responde pelo desvio de mais de R$ 50 milhões das arcas da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Renan foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro num esquema montado em outro braço da estatal petroleira, a Transpetro.

A estimativa de que esses processos devem ser apreciados no primeiro semestre de 2019 consta de relatório divulgado na última sexta-feira pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Suprema Corte. Ele incluiu outras quatro ações penais na fila. São estreladas pelo deputado Vander Loubet (PT-MS), o ex-deputado Aníbal Gomes (DEM-CE), o ex-senador Valdir Raupp (MDB-RO) e o ministro do TCU Aroldo Cedraz.

Em relação às denúncias, afora a que acusa Renan, Fachin mencionou a peça em que o PP (Partido Progressista) é apontado como abrigo de uma "organização criminosa". Um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes retarda, de resto, a conclusão do julgamento de denúncia que acusa dois parlamentares do PP de obstrução à Justiça: o senador Ciro Nogueira (PI), presidente da legenda, e o deputado Eduardo da Fonte (PE).

Além de Fachin e Gilmar, integram a Segunda Turma do Supremo: Cármen Lúcia, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Na terça-feira (26) da semana passada, o colegiado concluiu o julgamento do último recurso (embargo declaratório) do ex-deputado Nelson Meurer (PP-PR), condenado a 13 anos, 9 meses e 10 dias de cadeia. Aguarda-se apenas a expedição da ordem de prisão.

Veja abaixo a reprodução do trecho do relatório de Fachin que trata dos casos passíveis de julgamento no primeiro semestre.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.