País empregocida deixa o 1º de Maio sem nexo
Não há o que celebrar no Dia do Trabalhador num país em que desempregados; desalentados, que já nem procuram emprego; e subocupados, que gostariam de trabalhar mais, já somam 28,3 milhões de pessoas. Quando essa legião de quase 30 milhões de desafortunados é tratada com menosprezo aí mesmo é que a celebração se torna um contrassenso.
A reforma da Previdência vai trazer de volta a prosperidade, eis o bordão mais repetido em Brasília. Há muito mais por fazer. Mas admita-se, para efeito de raciocínio, que não há outro alvo além da Previdência. Cabe perguntar: por que Bolsonaro cria crises e perde tempo com tolices que retardam a reforma? Ou ainda: Por que o Congresso aproveitou o feriado para enforcar a semana inteira?
Bolsonaro diz que o desemprego não é culpa dele. Tem razão. Foi a ruína produzida por Dilma que elevou a taxa de desemprego aos dois dígitos, em 2016. Mas Bolsonaro é culpado pela perda de tempo. Os congressistas também. Tome-se o exemplo de Rodrigo Maia, presidente da Câmara. Voou nas asas da FAB, com uma caravana de meia dúzia, para um périplo internacional que inclui de Baku, capital do Azerbaijão, a Roma. Você paga a viagem.
Outro exemplo: em pleno 1º de Maio, o deputado-sindicalista Paulinho da Força disse que os partidos do 'centrão' tramam aprovar uma reforma mixuruca, para evitar a reeleição de Bolsonaro. Foi como se dissesse: "Danem-se a economia e os empregos. O que importa é a politicagem."
Fingir que trabalha dá tanto trabalho quanto trabalhar. No dia em que perceberem isso, certas autoridades notarão que, nos altos empregos, os grandes homens se agigantam. Mas os anões políticos ficam ainda menores.
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