Moro faz maratona de contatos políticos por Coaf
Num esforço para manter o Coaf no organograma de sua pasta, o ministro Sergio Moro promove uma maratona de audiências com políticos. Só nesta terça-feira, sua agenda anotou os nomes de 16 parlamentares —quatro não puderam comparecer, mas falaram com Moro por telefone. Alheios à movimentação do ministro, partidos do centrão e da oposição articulam a volta do Coaf para o Ministério da Economia.
Líder do PPS na Câmara, Daniel Coelho (PE) foi um dos parlamentares que estiveram com Moro. Ele fizera declarações a favor devolução do Coaf à área econômica. Líder do PSD no Senado, Otto Alencar foi um dos que tiveram de cancelar a audiência. Pelo telefone, informou ao ministro que já estava decidido a votar a favor da manutenção do Coaf sob o guardachuva da Justiça.
Daniel Coelho disse a Moro recear que, mantido no Ministério da Justiça, o Coaf poderia ser mais complacente com o vazamento indiscriminado de dados bancários sigilosos. Moro respondeu ao deputado e a outros parlamentares que manifestaram o mesmo temor que não há hipótese de afrouxamento do sigilo.
"Eu disse que confio nele. Mas uma lei é algo perene, não é feita para o ministro da ocasião", afirmou Daniel Coelho ao blog. "Sei lá se amanhã um desses olavistas [discípulos de Olavo de Carvalho] malucos que estão por aí chega ao Ministério da Justiça e resolve distribuir senhas de acesso a dados sigilosos. O ministro disse que não há esse risco."
Coelho é representante do PPS na comissão que analisa a medida provisória editada por Bolsonaro para reduzir o número de ministérios de 29 para 22 e reestruturar o governo. O deputado saiu da conversa com Moro mais maleável do que na chegada: "Estou convencido de que o Coaf funcionará bem na Justiça ou na Economia, desde que o governo queira usar seus instrumentos".
As explicações de Moro foram repassadas à Executiva e às bancadas do PPS. E Daniel Coelho votará na comissão conforme a vontade da maioria da legenda. Hoje, a tendencia é de atender à vontade do ministro da Justiça.
Na outra ponta, líderes do centrão erguem suas barricadas. Aliaram-se à oposição em torno de um par de emendas de autoria do líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL). Uma das emendas retira o Coaf do organograma chefiado por Moro. Outra empurra o órgão para dentro da estrutura comandada pelo ministro Paulo Guedes (Economia). A votação foi adiada para esta quarta-feira.
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