Planalto vai da desarticulação à esculhambação
A situação política do governo de Jair Bolsonaro no Congresso está mudando de patamar. Evolui rapidamente da fase da desarticulação para o estágio da mais completa esculhambação. A ficha do capitão ainda não caiu. Mas a autoridade de sua Presidência no Legislativo, que era muito pequena, tornou-se quase inexistente.
No momento, Bolsonaro vive o pior tipo de solidão, que é a companhia dos áulicos. Afora os puxa-sacos, há um grupo de parlamentares sinceramente interessados em ajudar o governo para não prejudicar o país. Mas Bolsonaro não ajuda essa ala do Congresso a socorrê-lo.
São três as prioridades da maioria do Legislativo, composta por uma aliança dos partidos do centrão com as legendas da oposição: reagir aos ataques dos filhos e aliados do presidente, impor derrotas ao governo e constranger autoridades como o ministro da Educação, que foi convocado a explicar no plenário da Câmara os cortes de verbas para universidades. O bom senso, a responsabilidade e o interesse público não constam da lista.
A prioridade do governo nesta semana era votar medidas provisórias que se acumulam na pauta da Câmara, entre elas a MP que reorganizou os ministérios. Líder de Bolsonaro, o deputado Major Vitor Hugo disse que o governo prevaleceria nas votações com folga. Em reunião, os líderes que controlam a maioria esclareceram que não haverá nem mesmo a votação das medidas ao longo da semana.
Vitor Hugo tentou convidar líderes do centrão para uma reunião com Bolsonaro. Eles recusaram o convite. Apenas líderes de partidos nanicos toparam conversar com o presidente. O prestígio do governo Bolsonaro no Legislativo já não pode ser visto a olho nu.
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