Zero 3: Com mortadela pode! De graça ‘é errado’?
Na contramão da deputada estadual paulista Janaína Paschoal, sua correligionária no PSL, o deputado federal Eduardo Bolsonaro utiliza a vitrine das redes sociais para defender e atiçar a manifestação pró-Planalto e anti-Congresso convocada para domingo (26). Enquanto Janaína questiona a "racionalidade" da iniciativa, o filho Zero Três do presidente insinua que os críticos não têm apreço pela democracia.
Nesta terça-feira, Eduardo Bolsonaro foi ao Twitter para afirmar que considera "curioso" que apenas manifestações da "esquerda", com "mortadela para a massa" e desordem, sejam tratadas como "expressão da democracia". Deixou uma pergunta no ar: Por que "quando um povo ordeiro quer fazer o mesmo, mas de graça e sem queimar nada, passam a dizer que isso é errado?"
No último domingo, Janaína Paschoal escrevera no Twitter: "Essas manifestações não têm racionalidade. O Presidente foi eleito para governar nas regras democráticas, nos termos da Constituição Federal. Propositalmente, ele está confundindo discussões democráticas com toma-lá-dá-cá."
Janaína fustigara os parlamentares que, como o Zero Três, promovem o ato de domingo: "Não tem cabimento deputados eleitos legitimamente fugirem das dificuldades de convencer os colegas (ser parlamentar é dificil) e ficarem instigando o povo a gerar o caos".
No mesmo domingo, Eduardo Bolsonaro despejara sobre o cristal líquido do computador mensagem em sentido oposto: "Nada mais democrático do que uma manifestação ordeira que cobra dos representantes a mesma postura de seus representados. Estaremos de olho para divulgar os resultados e a conduta dos parlamentares nas pautas que interessam ao Brasil: MP dos ministérios, Previdência e anti-crime."
Para Janaína, a convocação da manifestação deixa as pessoas "apavoradas" ao disseminar a crença de que Bolsonaro "está correndo risco". A coautora do pedido de impeachment que converteu Dilma Rousseff em cuidadora de netos vai ao ponto: "Mas quem o está colocando em risco é ele [Jair Bolsonaro], os filhos dele e alguns assessores que o cercam. Acordem! Dia 26, se as ruas estiverem vazias, Bolsonaro perceberá que terá que parar de fazer drama para trabalhar!".
Janaína e outros filiados do PSL que se opõem à manifestação pregam no deserto. Os ouvidos dos Bolsonaro estão ligados nas vibrações que chegam do Estado americano da Virgínia não do Estado de São Paulo. Segundo o Zero Três, "vivemos numa guerra cultural." Ele deu um conselho a quem não quer passar por "ignorante": "Veja os vídeos e leia Olavo de Carvalho".
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