PSDB faz festa sem limpar a sujeira sob o tapete
O PSDB realiza nesta sexta-feira uma convenção nacional. O encontro foi concebido como uma espécie de virada de página. Mas o tucanato corre o risco de virar a página para trás. A festa marca a ascensão do governador de São Paulo, João Doria, à condição de principal líder do partido, um potencial candidato ao Planalto. O problema é que o PSDB inicia uma festa nova sem realizar a faxina de sua penúltima orgia.
Como parte da renovação, a Executiva tucana aprovou um projeto de novo código de ética. Prevê a expulsão de filiados encrencados criminalmente. Mas a expulsão só ocorrerá depois da condenação em última instância. Por esse critério, Aécio Neves, protagonista de nove processos, permaneceria nos quadros do PSDB como se nada tivesse sido descoberto sobre ele.
Aliados de Aécio argumentam que sua permanência no partido é mais do que natural. Alegam que, para expulsá-lo, a turma de Doria precisaria livrar-se também do entulho paulista. Recordam que Geraldo Alckmin, padrinho político de Doria, está com os bens bloqueados numa ação por improbidade em que é acusado de receber verbas sujas da Odebrecht na campanha de 2014. José Serra frequenta inquéritos sob a acusação de receber R$ 52,4 milhões em propinas e caixa dois.
Difícil levar a sério uma celebração que começa sem uma faxina do salão de festas. Seria indispensável limpar a sujeira que vaza pelas bordas do tapete, desentortar o abajur e retirar as pessoas indesejáveis que se escondem atrás do sofá. Com as bênçãos de João Doria, o ex-deputado pernembucano Bruno Araújo assumirá a presidência do PSDB no lugar de Geraldo Alckmin. O risco que o partido corre é o de que a plateia não consiga distinguir os tucanos limpinhos dos que se lambuzaram na festa anterior.
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