No caso de Lula, semiaberto é nova humilhação
A progressão de regime prisional seria um benefício para qualquer condenado, não para Lula. No caso do presidiário mais ilustre da Lava Jato, a migração da tranca para o semiaberto, na bica de acontecer, representará uma nova humilhação. Por coerência, Lula deveria recusar o refresco, pois declarou que não deixaria a prisão senão depois do reconhecimento de sua inocência. Sairá como um corrupto de terceira instância que já cumpriu um sexto de sua pena.
Foi esse o ponto de vista defendido pela subprocuradora Áurea Pierre em parecer enviado pelo Ministério Público Federal ao Superior Tribunal de Justiça. Lula puxava uma cadeia de 12 anos e um mês. Mas a pena foi reduzida para 8 anos e 10 meses. Por isso o relógio da progressão do regime foi adiantado.
Lula mandara dizer que não autorizaria seus advogados a pleitearem nada que não fosse a restauração de sua alegada ausência de culpa. Era, naturalmente, mais uma lorota. A defesa reivindica não o semiaberto, mas o regime aberto. Escora o pedido na alegação de que não há prisão capaz de assegurar a segurança do ex-presidente para sair e retornar diariamente.
"Não trocarei a minha liberdade pela minha dignidade", disse Lula à Folha e ao El Pais. Ao usufruir da progressão do regime, Lula trocará a conversa fiada pelo reconhecimento tácito da legitimidade da investigação, da denúncia, da ação penal, do julgamento e da sentença que o condenou.
Para complicar, é muito provável que Lula não consiga usufruir da nova condição por muito tempo. Vem aí a confirmação no TRF-4 da sentença condenatória referente ao caso do sítio de Atibaia
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