Bolsonaro insinua estar desconfortável no trono
Numa entrevista amiga ao Programa do Ratinho, Jair Bolsonaro voltou a insinuar que não se sente confortável na função de presidente da República. Comparou a hospedagem no Palácio da Alvorada a uma prisão domiciliar. Isso mesmo, ele disse que se considera como presidiário em regime fechado em casa, sem tornozeleira. Queixou-se de não poder ir à praia ou ao shopping.
Na mesma entrevista, Bolsonaro referiu-se em timbre tedioso à tramitação da reforma da Previdência no Congresso. Reconheceu que seu governo ainda não dispõe dos 308 votos de que precisa para aprovar a mexida previdenciária na Câmara. E não parece muito disposto a se mexer. "A bola está com o Parlamento", ele declarou.
O diabo é que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirma que cabe ao Planalto, não a ele, realizar as negociações que fazem a bola rolar no Legislativo. Há muito a fazer fora do fisiologismo. Por exemplo: dialogar com os parlamentares novatos, atrair os deputados conservadores que fogem do carimbo do centrão… Esclarecer, afinal de contas, qual é o projeto do qual os aliados extrairão dividendos políticos se o governo der certo.
Bolsonaro pode fazer muitas coisas, menos tentar convencer a plateia de que a Presidência é um suplício. O salário passa de R$ 30 mil. Há carro com motorista na porta e avião no hangar. A moradia é um palácio com toda a mordomia que o dinheiro público pode pagar. E sempre há a possibilidade de usufruir do prazer de demitir ministros como Damares Alves, Abraham Weintraub e Ernesto Araújo. Se apesar de tudo isso Bolsonaro estiver desconfortável com o trono, não precisa continuar fazendo o favor de governar o país para os brasileiros. Basta que renuncie e vá à praia.
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