Por Macri, capitão imita Lula com sinal invertido
Jair Bolsonaro já declarou que considera o exercício da Presidência da República uma "missão de Deus". Mas ainda não havia esclarecido que a tarefa divina se estendia à Argentina. Em visita ao país vizinho, o enviado dos céus rogou: "Peço ao nosso Deus que ilumine o povo argentino nas eleições para que votem com razão e não com a emoção."
O capitão dirigiu seu pedido ao Altíssimo num discurso ao lado do presidente Mauricio Macri, candidato à reeleição. Ficou entendido que, para o enviado brasileiro, a razão recomenda ao eleitorado argentino a manutenção do seu atual presidente no Poder.
Bolsonaro acrescentou: "Esperamos que não volte o sistema que não deu certo em nenhum lugar. A questão ideológica não pode voltar de jeito nenhum para a América do Sul." Nesse ponto, as entrelinhas do discurso indicam que o presidente brasileiro desrecomenda aos eleitores portenhos a chapa que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner.
Presidente estrangeiro que mete o bedelho em eleição alheia em plena visita oficial é coisa absolutamente incomum. Mas como contestar o direito de um comissionado de Deus de interferir na vontade soberana dos argentinos? O único inconveniente é que, ao combater a volta do que chama de "questão ideológica", o capitão fica muito parecido com Lula, só que com o sinal invertido.
Nos seus tempos áureos, Lula pediu votos até para Hugo Chávez e Nicolás Maduro, na Venezuela. Deu no que está dando. Antes de ministrar lições no exterior, Bolsonaro talvez devesse arrumar sua própria casa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.