Bolsonaro ‘fatura’ manifestações sem citar Moro
Ao comentar as manifestações deste domingo nas redes sociais, Jair Bolsonaro ignorou Sergio Moro. Sem citar o ministro da Justiça, o presidente tirou proveito político dos atos em dois tuítes. Num, enalteceu "a população brasileira" pela "civilidade" e por se incluir "cada vez mais nas decisões do nosso Brasil."
Noutro tuíte, Bolsonaro assumiu o papel de tradutor da voz das ruas. Citando o asfalto entre aspas, concluiu que uma das mensagens dirigidas "a todas as autoridades" foi a de que precisam apoiar o presidente da República: "…Apoiem quem foi legitimamente eleito em 2018", escreveu, abstendo-se de recordar que os congressistas também saíram das urnas.
Sergio Moro foi o grande protagonista do domingo. Fustigado pela divulgação em conta-gotas de mensagens que trocou com procuradores da Lava Jato, o ex-juiz também foi às redes sociais. Criou um bordão: "Eu vejo, eu ouço."
O ex-juiz defendeu-se da acusação de parcialidade. "Sempre agi com correção como juiz e agora como ministro." Criticou "hackers", "criminosos" e "editores maliciosos". E fez questão de bater continência para o capitão: "Sou grato ao presidente Jair Bolsonaro…"
Ao omitir o nome de Moro em seus posts, Bolsonaro acendeu as fornalhas do único empreendimento que cresce em Brasília: a indústria da maledicência. Personagens que já viram elefante voar enxergaram no silêncio do capitão a preocupação de não inflar o ego de um potencial participante da corrida presidencial de 2022.
Avalia-se que o Supremo Tribunal Federal pode pavimentar prematuramente a trilha que leva Moro à candidatura de 2022 se a Segunda Turma da Corte concluir que o ex-juiz agiu com parcialidade no julgamento do caso do tríplex, que resultou na prisão de Lula.
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