Reforma saci, sem estados, é um pulo muito curto
A exclusão de Estados e municípios transforma a mexida na Previdência numa reforma Saci-Pererê. Tem uma perna só. Resolve o problema da União por algum tempo. Todos sabem que a solidez dos cofres estaduais e municipais é uma lenda. Assim, é uma temeridade manter aberto o buraco previdenciário desses entes da federação.
Conservando-se esse cenário, governadores e prefeitos terão de aprovar suas próprias reformas em nos legislativos locais. Se isso não acontecer, a bomba vai explodir no seu bolso. Estados e municípios estão endividados até a raiz dos seus cabelos, caro internauta. Apenas o pedaço previdenciário da cratera é estimado em algo como R$ 90 bilhões.
Um detalhe conspira contra a reconversão da reforma da Previdência numa proposta bípede. Certos governadores querem benefícios sem entregar votos no plenário da Câmara. Pior: agem como se vivessem no Mundo da Lua.
No último domingo, os governadores nordestinos do PT e de legendas aliadas assinaram uma carta. Previdência? Que nada! Pediram a libertação de Lula e a demissão de Sergio Moro. É como se brincassem de "Lula Livre" à beira do precipício fiscal. É esse abismo que transforma a reforma saci num pulo muito curto.
Aprovando-se uma reforma sem Estados e municípios, a União saltitará com dificuldade, enquanto espera pela chegada da conta a ser espetada no Tesouro Nacional por governadores e prefeitos.
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