Capitão compara excessos da mídia aos da polícia
Numa de suas já tradicionais entrevistas na saída do palácio residencial do Alvorada, Jair Boolsonaro declarou nesta sexta-feira: "Se o excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos agora, tá certo?". Absteve-se de definir "excesso". Mas ficou subentendido que comparava abusos cometidos por jornalistas a execuções praticadas por policiais em serviço.
A analogia ficou clara porque a frase de Bolsonaro foi servida aos repórteres nas pegadas de uma explicação do ministro Sergio Moro (Justiça) sobre o chamado excludente de ilicitude. Trata-se de uma obsessão do capitão, que Moro incluiu no pacote anticrime. Prevê que um juiz poderá deixar de impor uma pena ao policial que mata quanto "o excesso decorrer de escusável medo, surpresa ou violenta emoção".
Foi como se Bolsonaro declarasse, com outras palavras: "A imprensa comete excessos contra mim a todo instante. Nem por isso os jornalistas vão para a cadeia. Por que um policial que age em legítima defesa deveria ser condenado a prisão?"
Num ponto, Bolsonaro tem razão: o batalhão da imprensa também está sujeito a agir sob os efeitos de "escusável medo, surpresa ou violenta emoção". Mas o presidente pode ficar tranquilo, porque há uma diferença sibilina: diante de um teclado, uma câmera ou um microfone, jornalista não atira para matar.
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