Cerco à Receita conspira contra a arrecadação
Jair Bolsonaro submete a Receita Federal a um inusitado cerco político. A crise subiu de patamar com a queda do subsecretário-geral da Receita, João Paulo Ramos Fachada —um dirigente do Fisco que levava o pé à porta contra tentativas de substituições em escalões inferiores do órgão no Rio de Janeiro, berço eleitoral da dinastia Bolsonaro.
O movimento apequena o ministro Paulo Guedes, compromete o interesse público e ofende a lógica. Guedes ficou menor porque a "carta branca" que recebera de Bolsonaro tornou-se de outra cor. Encontra-se agora numa zona cinzenta em que o prestígio do auxiliar é sempre menor do que a conveniência do chefe.
Comprometeu-se o interesse público porque um órgão de Estado virou repartição a serviço dos interesses do governante de sua família. Manda quem pode, desobedece quem tem apreço aos valores republicanos e à própria biografia.
A afronta à lógica decorre de uma dedução que qualquer criança de cinco anos seria capaz de fazer: num instante em que o governo passa seus gastos na lâmina por falta de verba, atiçar a máquina coletora de tributos é como torcer o pescoço da única galinha que leva ovos ao cesto.
Em vez de proteger o primogênito Flávio Bolsonaro ou indicar Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washington, o capitão deveria nomear a caçula Laura para sua assessoria pessoal. Com oito anos, ela não dispõe de experiência. Mas tem a lucidez infantil que falta aos marmanjos da família.
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