Após usufruir do mel, Bolsonaro foge das abelhas
Jair Bolsonaro comete um grande equívoco ao dizer que foi eleito para "interferir mesmo" em órgãos como a Receita e a Polícia Federal. Se não fizesse isso, seria "um banana", disse o presidente. Ao vestir a faixa presidencial, Bolsonaro teve o vislumbre das dádivas que o mundo proporciona a alguém que sobe do baixo clero parlamentar para o Planalto. Foi como se enfiasse o dedo num favo de mel. De repente, sente a necessidade de fugir das abelhas.
Se dependesse das boas intenções contidas nas falas de Bolsonaro, o Brasil estaria no paraíso. O grande problema é que a realidade costuma estragar as coisas. Bolsonaro não foi eleito para reformar o Coaf e intervir em órgãos de controle. Ele faz isso pelas piores razões. Move-se para proteger o filho Flavio Bolsonaro, que está sob investigação. No limite, deseja proteger a si mesmo.
Há na Receita uma auditoria sobre a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que recebeu repasse de R$ 24 mil do "faz-tudo" Fabrício Queiroz. Bolsonaro disse que era pagamento de parte de um empréstimo de R$ 40 mil. Não declarou ao Fisco. Não exibiu extratos. Nada. Faria um bem à sua reputação se explicasse as coisas.
No momento, Bolsonaro passa por um teste que definirá o futuro do seu governo. O capitão precisa provar ao país que há um presidente da República por trás da faixa presidencial. Não vai conseguir atingir esse objetivo fazendo intervenções em órgãos fiscalizadores. Ao justificar o injustificável, Bolsonaro diz que não admite fazer o papel de um presidente banana. Pior seria se ganhasse a aparência de banana podre.
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