Bolsonaro transformou Brasil num pária ambiental
Como presidente da República, Jair Bolsonaro revelou-se um mágico sui generis —do tipo que tira cartolas de dentro do coelho. Retorceu tanto os dados sobre meio ambiente que criou problemas no ambiente inteiro. Em menos de oito meses, transformou o Brasil num pária ambiental. No momento, a Amazônia arde nas manchetes da imprensa internacional. Virou assunto na ONU. Será tema de debate na reunião do G-7, grupo dos líderes das sete maiores economias do mundo. Em guerra contra as ONGs, o capitão tornou-se alvo de protestos, dentro e fora do país.
Sob Bolsonaro, o governo fez uma opção preferencial pela falta de nexo. No setor ambiental, buscou inspiração na letra "d", de destruição. Desmontou as engrenagens fiscalizadoras do Ibama. Dessossou o ICM-Bio. Desmoralizou os dados científicos do Inpe sobre o desmatamento. Desdenhou das verbas doadas por Noruega e Alemanha para programas de proteção ambiental. Denunciou ONGs sem provas. Tudo isso e mais as declarações com pesticida do ministo Ricardo Salles (Meio Ambiente) e do próprio presidente.
No alvorecer do seu governo, Bolsonaro ameaçou extinguir o ministério do Meio Ambiente, transferindo a agenda ambiental para a pasta da Agricultura. Coisa absurda. Houve enorme chiadeira. E o capitão recuou. Descobriu-se na sequência que há males que vêm para pior. Ricardo Salles, o personagem que o capitão recrutou para a função de ministro do Meio Ambiente, revelou-se o primeiro administrador da história a cultuar o antiambientalismo no setor ambiental.
Hoje, o absurdo parece um mal menor. As pessoas lamentam que Bolsonaro tenha recuado da intenção de enfiar o Meio Ambiente no Ministério da Agricultura. Ali, a agroministra Tereza Cristina devotaria ao patrimônio ambiental do país um respeito reverencial. Não por amor à natureza, mas por devoção aos cifrões que a pauta de exportações do agronegócio brasileiro é —ou era— capaz de lucrar.
A perda do respeito ambiental resultará em embargos aos produtos brasileiros. É certo como o nascer do sol a cada manhã. Bolsonaro dá de ombros. O recém-assinado acordo do Mercosul com a União Europeia, celebrado pelo governo como um feito histórico, está na bica de cair do telhado. Mas o capitão não cogita abandonar sua vocação para o ilusionismo. A floresta amazônica some aos poucos. O respeito internacional pelo Brasil já desapareceu completamente.
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