Governadores levaram alguma lógica ao Planalto
Dois governadores amazônicos injetaram alguma lógica numa reunião que Jair Bolsonaro conduziu de forma ilógica —um à direita, outro à esquerda: Helder Barbalho (MDB), do Pará, e Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão.
Barbalho disse que o governo perde muito tempo com o presidente francês Emmanoel Macron. E deixa de se concentrar no que realmente importa: os problemas reais do Brasil. Realçou a necessidade de restaurar a diplomacia ambiental, para evitar prejuízos ao agronegócio brasileiro.
Dino recomendou "moderação". Fez isso sem cometer a descortesia de citar Bolsonaro. Declarou que as balizas para a resolução da crise podem ser encontradas na Constituição. O texto constitucional assegura a soberania brasileira sobre a Amazônia, o direito dos índios às suas terras e o dever do Estado de preservar o meio ambiente, sem prejuízo do desenvolvimento econômico sustentável.
De resto, todos os governadores presentes defenderam o óbvio: o governo deve aceitar a oferta de ajuda financeira do G-7. Bolsonaro declarou aos visitantes que "a questão amazônica tem que ser tratada com racionalidade". Faltou definir racional. Eis que, de repente, quando parecia que a lógica dos governadores perdera-se no caos, o Planalto insinuou que Bolsonaro desistiu de condicionar o recebimento da doação do G7 a um pedido de desculpas de Macron. Será? A ver.
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