Beiço no FMI torna Macri favorito a eleger o rival
Mauricio Macri assumiu a presidência da Argentina imaginando que tinha um destino: recuperar a economia estilhaçada pelo casal Néstor e Cristina Kirchner e obter um segundo mandato. Não imaginou que viraria uma fatalidade: o liberal que não entregou as reformas prometidas, recorreu a esdruxularias como o congelamento de preços e chegou ao final do mandato de joelhos, rogando ao FMI e outros credores privados que concedam mais prazo para o pagamento da dívida argentina, eufemismo para uma moratória negociada. Coisa do tipo devo, não nego, pago se o próximo governo conseguir operar uma mágica.
No plano político, a possibilidade de reeleição de Macri tornou-se uma hipótese ainda mais improvável. A conjuntura da Argentina está crivada de ironias. Macri tornou-se candidato favorito a fazer do oposicionista Alberto Fernández o administrador da ruína econômica que a vice dele, Cristina Kirchner, ajudou a construir. Nesse contexto, Jair Bolsonaro virou potencial adversário do presidente de um país amigo antes mesmo do dia da posse. Culpa do nariz do capitão, um pedaço do seu corpo que brilha, espirra e se mete onde não é chamado.
O aprofundamento do abismo econômico da Argentina terá pelo menos dois reflexos no Brasil. Haverá um freio nas exportações brasileiras para o vizinho. E os investidores estrangeiros olharão com desconfiança ainda maior não apenas para a Argentina, mas para toda a região. Embora o Brasil ostente inflação sob controle e reservas internacionais na casa dos US$ 400 bilhões, os donos do dinheiro tendem a enxergar esse trecho do mapa como uma espécie de Buenos Aires hipertrofiada.
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