O que está em jogo nos vetos à lei de abusos?
O projeto de lei sobre abuso de autoridade transformou-se num tema fronteiriço para Jair Bolsonaro. De um lado da fronteira, a favor da sanção integral, está o pedaço bandalho da política, ansioso por enquadrar magistrados, membros do Ministério Público e investigadores. Do outro lado da fronteira, a favor do veto de 100% da nova lei, está o pedaço das ruas que ainda apoia a Lava Jato e o esforço anticorrupção.
Bolsonaro equilibrava-se entre esses dois extremos. Quando começou a contar o prazo de 15 dias para a decisão sobre os vetos, o presidente estava mais próximo da banda devassa do Legislativo.
Desde então, ouviu um ronco do asfalto, sofreu um bombardeio dos seus devotos nas redes sociais e amargou pesquisas que revelam o aumento de sua taxa de impopularidade. Agora, a quantidade e a qualidade dos vetos de Bolsonaro revelarão de que lado da fronteira ele deseja ser visto. De repente, passou a falar em quase 20 vetos.
O resumo dessa ópera é o seguinte: Existem três tipos de políticos: os homens de bem, os que se dão bem e os que são flagrados com os bens. Bolsonaro foi eleito vendendo-se ao eleitorado como homem de bem. Se não vetasse nada, poderia se dar bem com o centrão e assemelhados. Mas a pressão é tão intensa que se sente compelido a vetar mais do que gostaria a despeito de ter um filho, Flávio Bolsonaro, com os bens sob investigação.
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