Penúria torna o reajuste do Bolsa Voto um acinte
Quando há pouca farinha, é preciso prestar atenção redobrada nos personagens que disputam o pirão ao redor da mesa. Com o Estado quebrado, os cortes orçamentários do governo alcançam inclusive programas sociais e educacionais. Num esforço para diminuir o abismo fiscal, tenta-se colocar de pé um conjunto de reformas econômicas duras de roer, a começar pela mexida na Previdência.
Pois bem, em meio a essa atmosfera de sufoco, Executivo e Legislativo discutem o aumento do Fundo Eleitoral. A eleição, como se sabe, tem um preço. Mas seria conveniente levar a mão à consciência. As eleições gerais de 2018 custaram R$ 1,7 bilhão. Para as eleições municipais do próximo ano, os parlamentares querem elevar o Bolsa Voto para R$ 3,7 bilhões.
O governo propôs R$ 2,5 bilhões. Pegou mal. E a pasta da Economia insinua que houve erro. O valor correto seria de R$ 1,8 bilhão. A hipótese de os partidos concordarem com essa cifra é nula. Alega-se que a eleição municipal, em mais de 5.500 municípios, seria mais cara do que a eleição que envolveu a escolha do presidente da República, governadores de estado, deputados estaduais, deputados federais e parte dos senadores.
Parece tudo muito questionável. Sobretudo depois que Jair Bolsoaro chegou à Presidência da Repíublica quase sem dinheiro, com um partido mixuruca e surfando nas redes sociais. Numa eleição municipal, há, sim, todas as condições para baratear uma campanha eleitoral. Isso agora não é mais uma opção, é um imperativo fiscal. Os parlamentares precisam abandonar essa antiga disposição para suportar na própria pele todos os sacrifícios que o déficit público pode financiar.
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