Bolsonaro tem pressa em dar alta ao vice Mourão
Recolhido ao leito pós-operatório, Jair Bolsonaro não consegue disfarçar seu incômodo com a interinidade de Hamilton Mourão. Menos de 24 horas depois de sua quarta cirurgia pós-facada, o capitão já estava pendurado nas redes sociais: "Pessoal, só segunda-feira que eu estou de folga, hein. Amanhã eu volto no batente. Por enquanto, meu programa favorito aqui, o Chaves", declarou.
Os médicos atestam que o paciente está bem. Mas avisam: Bolsonaro precisa evitar o falatório. A visitação será restrita. De resto, estão mantidos os prazos de recuperação. Deve deixar o hospital dentro de cinco ou seis dias. Só poderá retornar a Brasília dentro de uma semana, quiçá dez dias.
Na semana passada, o Planalto informara inicialmente que a interinidade de Hamilton Mourão duraria até esta terça-feira. Depois, o prazo foi esticado para quinta-feira. A julgar pelo conteúdo do seu vídeo, Bolsonaro continua aferrado à ideia de reviver a sui generis experiência da Presidência hospitalar. Quer porque quer "despachar" do hospital.
Indagado, o porta-voz Otávio do Rêgo Barros afirmou: "É da natureza dele estar ativo o mais rápido possível. A evolução clínica tem sido muito positiva, e, em razão dessa evolução, o presidente se mostra já disposto a iniciar os trabalhos de condução do Poder Executivo, ainda que, neste momento, nós tenhamos o vice-presidente da República chefiando o nosso governo."
Governo sem desavenças não existe. Mas Jair Bolsonaro exagera. Implica com Mourão porque é um ser humano inseguro. Enxerga um inimigo mesmo num amigo. É constrangedora a pressa do capitão em dar alta ao interino. Admita-se que Bolsonaro tenha aprendido com Michel Temer que os vices, como os ciprestes, costumam crescer à beira dos túmulos. Mas deveria se dar conta de que a serventia momentânea do número 2, além de ajudar no pós-operatório, serve para preencher a ociosidade, mãe de todos os vices.
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