Debate sobre fundo eleitoral é desafio à paciência
O governo cogita elevar de R$ 1,8 bilhão para R$ 3,7 bilhões o montante destinado ao fundo eleitoral que financiará a campanha municipal de 2020. É preciso enxergar o lado positivo de certas notícias, como essa que foi veiculada pelo Globo. Ainda que seja necessário procurar um pouco. A insistência com que Legislativo e Executivo discutem o plano de tonificar as arcas eleitorais é um sinal de que a taxa de desfaçatez de congressistas e agentes públicos não aumentou. Continua nos mesmos 100%.
O Brasil viveu durante muitos anos à beira do abismo. Isso mudou. Hoje, o país está dentro do abismo. O brasileiro experimenta cotidianamente a vivência do abismo. Faz isso na fila do desemprego, nos corredores dos hospitais, nas salas precárias das escolas públicas. A despeito de todo o sofrimento, a turma de Brasília insiste em encarar esse Brasil do abismo como uma nação de bobos.
No íntimo, os defensores da tese de que o fundão precisa virar um fundãozão desejam que o brasileiro se finja de idiota pelo bem das eleições do próximo ano, quando serão escolhidos vereadores e prefeitos. O problema é que está cada vez mais difícil sustentar esse tipo de conclamação ao sacrifício patriótico da inteligência.
Numa hora como essa, em que estão sobre a mesa as reformas que visam atenuar o drama fiscal, a execução da coreografia da gastança no miolo do abismo é a falta de nexo levada às fronteiras do inadmissível. Pode passar. Mas haverá um preço. De uns tempos pra cá, muita gente que cutucou as ruas com o pé para ver se o asfalto mordia saiu ferida.
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