Aras teve apoio de quem quer sedar investigações
Aprovado com folgas pelo Senado (68 votos a 10), o novo procurador-geral da República, Augusto Aras, foi à sabatina na Comissão de Constituição e Justiça com a certeza de que jogava um jogo jogado. Para não estragar o placar, o escolhido de Jair Bolsonaro adotou um timbre ensaiado. Disse o que a maioria da plateia queria ouvir.
Em certos momentos, Augusto Aras foi tão escorregadio que deu a impressão de ser a favor de tudo ou absolutamente contra qualquer outra coisa, desde que o Senado avalizasse sua indicação. Suas palavras mais valiosas soaram no final das frases, depois de conjunções adversativas como "mas", "porém", "contudo"…
Ele é a favor da Lava Jato, mas avalia que os métodos devem ser aprimorados. Acha que Deltan Dallagnol fez um bom trabalho, contudo acredita que se a força tarefa de Curitiba tivesse gente com cabelos brancos, não teria cometido excessos, teria observado o princípio da impessoalidade.
Observou-se durante a sabatina uma cena inusitada. Renan Calheiros fez rasgados elogios à decisão de Jair Bolsonaro de indicar Augusto Aras para a Procuradoria-Geral. Freguês de caderneta da Lava Jato,
Renan convive no Senado com Flávio Bolsonaro, investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por suspeita de peculato e lavagem de dinheiro. Interessa Renan e ao primogênito de Bolsonaro aplicar um sedativo no aparato investigatório do Estado.
Resta torcer para que Augusto Aras perceba que, uma vez aprovado, não deve satisfações a ninguém, exceto à Constituiçao e à sociedade brasileira. do contrário, exercerá um papel duro de roer.
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