Eleitor vê Bolsonaro como estorvo para o governo
Saiu nova pesquisa do Ibope. Confirma a tendência de queda na popularidade do governo de Jair Bolsonaro, avaliado como ótimo ou bom por 31% dos entrevistados. Há nas dobras da sondagem algo mais preocupante para o presidente: sua imagem pessoal descola-se do conceito atribuído ao governo. Tomado pelas estatísticas, Bolsonaro é visto pelo eleitorado como um estorvo para sua própria administração.
A desaprovação de Bolsonaro atingiu patamares inéditos. Metade dos brasileiros (50%) desaprova a forma de o presidente governar. A taxa de desaprovação era de 40% em abril e 48% em junho. O índice dos que aprovam desce o elevador: 51% em abril, 46% em junho, 44% agora.
Também a taxa de confiança no presidente sofre um processo de declínio gradativo. Disseram não confiar em Bolsonaro 55% dos eleitores ouvidos pelo Ibope. Em abril, a taxa de desconfiança era de 45%. Em junho, 51%. Na outra ponta, disseram confiar em Bolsonaro 42% dos entrevistados. Eram 45% em abril, 51% em junho).
Não há no horizonte político nada que facilite a tarefa de Bolsonaro de restaurar sua imagem. Governar é acumular contrariedades. A reversão da curva depende da economia, pois não há popularidade sem prosperidade. E o governo do capitão demora a superar a herança da cleptogestão empregocida de Dilma Rousseff, sucedida pelo entreato bandalho de Michel Temer.
A recuperação é bem mais lenta do que o falatório da campanha fazia supor. Bolsonaro faria um bem a si mesmo se criasse menos problemas para o ministro Paulo Guedes (Economia). Na melhor das hipóteses, o presidente poderia equipar-se para colher bons indicadores econômicos nos dois anos finais de sua gestão. Para isso, teria de fechar a usina de crises e parar de errar. Algo que não é do seu feitio.
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