Desigualdade realça disfuncionalidade da política
O aumento do fosso que separa ricos e pobres no Brasil, detectado pelo IBGE, torna ainda mais irritantes dois dos principais fenômenos políticos do país. O primeiro fato irritante é a recusa de Lula, Dilma Rousseff e do PT de enxergar culpados no espelho. O segundo acontecimento azucrinante é a incapacidade de Jair Bolsonaro de evitar a fabricação de conflitos que criam insegurança e retardam a recuperação da economia brasileira.
Foi sob Lula que nasceram os dois maiores escândalos do país: o mensalão e o petrolão. Foi Lula quem fabricou a fábula da gerentona, que permitiu a Dilma mergulhar o Brasil na maior recessão de sua história. Bolsonaro não tem nada a ver com isso. Foi eleito como solução por 57 milhões de brasileiros. Mas começa a ser visto como parte do problema ao se firmar como maior produtor nacional da instabilidade política que envenena os negócios.
A crise econômica, como se sabe, leva ao aumento da desigualdade. Por uma razão singela: os ricos sempre terão maiores condições do que os pobres de se proteger dos efeitos da recessão e da estagnação econômica. Um rico, se descuidar, reduz o nível de sua riqueza. O pobre pode descuidar à vontade que não corre risco de ficar rico.
Ironicamente, a desigualdade bateu recorde em 2018, quando o país ensaiava uma recuperação. Mais uma evidência de que cair no buraco é mais rápido do que sair dele. Num cenário assim, não resta a Bolsonaro senão fechar a usina de crises e prover a serenidade indispensável ao bom funcionamento da economia. O capitão já deveria ter notado que foi eleito para consertar o estrago, não para passar quatro anos colocando a culpa na "esquerda".
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