Ministro de Bolsonaro iguala-se a Lula e Dirceu

Se a passagem do ministro do Turismo pela Comissão de Fiscalização e Transparência do Senado serviu para alguma coisa foi para demonstrar que políticos enrolados precisam renovar o seu estoque de desculpas. Sem nenhuma criatividade, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) intercalou alegações de inocência a desculpas esfarrapadas que o deixaram muito parecido com gente como os petistas Lula e José Dirceu, além do tucano Eduardo Azeredo.

O ministro disse que foi acusado de envolvimento no escândalo do laranjal apenas porque era presidente do PSL de Minas Gerais. A Polícia Federal e o Ministério Público teriam concluído que, pela posição que ocupava, Marcelo Antônio tinha domínio sobre as quatro candidatas laranjas lançadas apenas para desviar verbas do fundo eleitoral. Nesse ponto, o ministro de Bolsonaro ficou igualzinho àquele José Dirceu do mensalão, que alegou que a chefia da Casa Civil não lhe dava o domínio sobre os fatos que levaram o governo Lula a comprar o Congresso.

Noutro trecho de sua manifestação, o ministro do Turismo disse que, "se houve irregularidades ou não", ele não tem "condições de falar antes de uma decisão da Justiça". Nesse ponto, o ministro ficou muito parecido com Lula e Azeredo. Ambos utilizaram o célebre bordão do "eu não sabia". Na prática, assim como o petista e o tucano, o ministro do PSL, mantido no cargo por Bolsonaro, pede para ser visto como um bobo involuntário, não como um denunciado.