Mãe Joana controla redes sociais de Bolsonaro
As páginas de Jair Bolsonaro nas redes sociais transformaram-se em sucursais eletrônicas da Casa da Mãe Joana. A foto é do presidente da República. Mas a caligrafia dos posts frequentemente é de Carluxo. O filho Zero Três compra brigas nas quais ele entra com os punhos —ou com os dedos— e seu pai entra com a cara. O vídeo que retrata Bolsonaro como um leão, rei das selvas, cercado por hienas é apenas a penúltima tolice. Logo virão outras.
Há menos de duas semanas, Carluxo pedia desculpas por ter postado nas redes do pai uma frase de apoio à prisão na segunda instância. Soou como pressão sobre o Supremo, que julga ações relacionadas ao tema. Agora, Bolsonaro se desculpa pelo vídeo que inclui a Suprema Corte entre as hienas que assediam o leão redentor. Celso de Mello lembrou que Bolsonaro não é monarca e o Brasil não é uma selva. De repente, o leão rugiu como um gatinho desde a Arábia Saudita, onde se encontrava.
O problema não está nas mensagens que saem no Twitter, no Facebook ou no Instagram do presidente. O mais dramático é perceber que os pedidos de desculpas não apagam o que está gravado na cabeça dos Bolsonaro. Carluxo apenas traduz, com seu português quase sempre precário, o que a família pensa. O presidente e seus filhos acreditam mesmo que são protagonistas de um projeto de salvação nacional, obrigados a lidar com inimigos inescrupulosos e instituições apodrecidas.
Sob influência de Mãe Joana, Bolsonaro acha que Carluxo é um gênio do meio virtual. Embora esteja perto de completar um ano de governo, o presidente ainda não se deu conta de dois detalhes. Um, a diferença entre a genialidade e a estupidez é que a genialidade tem limites. Dois, pode-se ganhar uma eleição pelas redes sociais, mas não se pode governar apenas com elas.
Na campanha, bastava chutar o balde para ganhar votos. Agora, num instante em que os áudios de Fabrício Queiroz avisam que a probidade de membros da primeira-família está encostada em liminares do Supremo, descobre-se que há baldes que não convém chutar
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