Veja fatores que condicionam reforma do Estado
O governo acomodou em três propostas de emendas constitucionais e um projeto de lei a maior reforma já concebida do Estado brasileiro. A aprovação desse pacote econômico que Jair Bolsonaro entregou ao Congresso não será rápida nem simples —2019 está terminando e 2020 é ano eleitoral. De resto, o destino do pacote está condicionado a dois fatores: o 'fator fundo do poço' e o 'fator imponderável'. O primeiro conspira a favor. O outro, contra.
Os congressistas exercem seus mandatos sob o efeito do fim da ilusão de que o fundo do poço poderia ser infinitamente adiado. A tragédia econômica promovida por Dilma Rousseff eliminou a sensação de que o governo e o sistema político permaneceriam numa espécie de beira de abismo eterna. Dilma proporcionou ao país a vivência do abismo. Daí o efeito fundo do poço. Os atores políticos são intimados a agir. As reformas deixaram de ser uma opção.
A reação começou ainda sob Michel Temer. Mas o governo Temer bateu no iceberg do grampo do Jaburu antes de aprovar a reforma da Previdência. O medo que a família Bolsonaro tem das investigações que envolvem o primogênito Flávio Bolsonaro e o PM Fabrício Queiroz indicam que pode haver novos icebergs no caminho. Significa dizer que o pacote do ministro Paulo Guedes, cujas linhas gerais são corretas, não está livre de se chocar com o imponderável.
Paulo Guedes ajustou sua estratégia. Antes, o ministro passava a impressão de que queria jantar os políticos. Agora, ele janta com deputados e senadores. Aproveitou sugestões de congressistas, especialmente de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, os presidentes da Câmara e do Senado. De resto, atraiu a simpatia de governadores e prefeitos ao acenar com a hipótese de enviar para estados e municípios algo como R$ 400 bilhões em 15 anos. O ministro recolocou a bola no chão. Resta agora torcer para que o desejo de retirar o país do fundo do poço prevaleça sobre o imponderável.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.