Toffoli e seu grupo vêem ‘orquestração’ anti-STF
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, avalia que a Corte está sob ataque. Coisa de intensidade inédita. Em privado, um dos ministros que se alinham a Toffoli na Suprema Corte definiu o fenômeno com um vocábulo forte: "Orquestração". Participariam da sinfônica o Ministério Público, parlamentares, robôs das redes sociais e a mídia.
A conversão do Supremo em alvo foi tema de rodas de conversa na festa de aniversário de Toffoli, na noite deste sábado, em São Paulo. A pregação conspiratória divide o tribunal. Um pedaço do plenário da Corte sustenta que Toffoli tenta transformar as reações e críticas ao seu comportamento individual em ameaça e desaprovação ao tribunal. Para essa ala, vale o entendimento segundo o qual Toffoli não é o Supremo.
Três decisões monocráticas levaram Toffoli à alça de mira. Numa, o ministro abriu um inquérito secreto para apurar hipotéticos ataques ao Supremo e ameaças aos ministros e familiares. Noutra, congelou investigações contra Flávio Bolsonaro e suspendeu processos municiados com dados fornecidos pelo Coaf.
Num terceiro despacho individual, Toffoli ordenou ao Banco Central que lhe enviasse dados sigilosos anotados em relatórios do Coaf e da Receita nos últimos três anos. Obteve a senha que dá acesso aos dados de 600 mil pessoas e empresas. Diante de tanta desenvoltura, mesmo quem não tem vocação para participar de osquestrações sente-se tentado a colocar a boca no trombone.
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