‘Exigi punição’, afirma Doria sobre PM agressor
O governador tucano de São Paulo, João Doria, reagiu à divulgação do novo vídeo que exibe um policial militar agredindo jovens na saída de um beco, na favela de Paraisópolis. "Exigi punição exemplar ao agressor", escreveu Doria no Twitter. "Práticas como essa não condizem com o procedimento da Polícia de São Paulo e serão veementemente condenadas."
Horas antes, em entrevista a jornalistas estrangeiros, o governador vira-se compelido a responder indagações sobre a ação policial que resultou na morte de nove jovens, num baile funk na mesma favela.
"Não se pode condenar uma corporação, ainda mais a Polícia Militar do estado de São Paulo, que é a mais bem treinada polícia militar do país, e a melhor polícia militar do Brasil", dissera Doria.
"Não se pode condenar se dois, três, quatro, cinco ou seis policiais cometeram equívocos", acrescentara o governador. "É preciso investigar e, havendo a culpabilidade, penalizá-los, evidentemente".
O agressor exposto no novo vídeo está armado de algo muito parecido com um cano de ferro. Ele agride pessoas escolhidas a esmo na saída de uma viela. Age com rara sordidez. Golpeia pernas, barrigas e até rostos. Não poupa nem mesmo um jovem que se equilibra sobre moletas.
Segundo a Polícia Militar, a cena não seria do último domingo, mas do dia 19 de outubro. Numa segunda nota no Twitter, Doria deu de ombros para a informação. Solidarizou-se com as famílias dos mortos no domingo. E fez referência à apuração do comportamento dos policiais:
"A investigação rigorosa do triste episódio deste final de semana continua e, sempre que forem identificadas transgressões graves, serão punidas", escreveu o governador. "Em São Paulo, não temos compromisso com o erro…"
Doria iniciou nas primeiras horas de segunda-feira uma complicada ginástica retórica. Tenta se equilibrar entre a defesa dos protocolos da Polícia Militar e e o respeito aos mortos sem protocolo e seus familiares. O exercício resultará em fiasco político se não culminar no reconhecimento de que houve na madrugada de Paraisópolis uma lambança policial de alta letalidade.
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