Congresso: todos cantam vitória, exceto a Dilma
Os aliados políticos do Planalto proporcionarão à presidente da República neste domingo uma boa notícia: na migração do primeiro mandato para o segundo quadriênio de Dilma Rousseff, não houve nenhum aumento da taxa de desarticulação do bloco governista no Congresso. Continua nos mesmos 100%.
São membros de legendas governistas os candidatos mais bem-postos na briga pelo comando das duas Casas legislativas: Eduardo Cunha e Arlinho Chinaglia engalfinham-se na Câmara, Renan Calheiros e Luiz Henrique esfolam-se no Senado. Todos cantam vitória, exceto Dilma.
Vença o candidato A ou B, prevaleça o postulante X ou Y, a presidente sairá derrotada. De tanto tratar congressistas na base do fisiologismo e do ponta-pé, Dilma conseguiu transformar os integrantes de sua coalizão em espécies de cães. Uma parte morde. A outra recusa-se a abanar o rabo antes de receber a ração.
Em condições normais, os presidentes iniciam seus mandatos falando grosso. Mas Dilma inicia seu segundo reinado por baixo. Dissemina-se a sensação de que não é o governo que tem uma base de apoio no Congresso. É a base de apoio que tem o governo em suas mãos. E faz dele gato-sapato.
Representada por cinco ministros, Dilma desceu ao pano verde do Congresso munida de cargos e verbas. Na Câmara, jogou suas fichas no petista Arlindo Chinaglia. Com isso, ou o peemedebista Eduardo Cunha vira um derrotado à espera da vingança ou converte-se num vitorioso que não deve nada ao Planalto.
No Senado, Dilma ignorou os acenos do peemedebista Luiz Henrique para apostar na tetrapresidência de Renan Calheiros. Se der certo, abraça-se a um provável afogado do petrolão. Se der errado, faz do rival de Renan um vitorioso em débito com a oposição liderada pelo tucano Aécio Neves.
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