Cardozo manda PF apurar o SwissLeaks-HSBC
Por ordem do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), a Polícia Federal irá apurar o caso do vazamento de dados bancários da agência do HSBC em Genebra, batizado de SwissLeaks. Em seu despacho, datado de sexta-feira (27), Cardozo determina ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello, que seja feita uma "análise, apuração de eventuais ilícitos e adoção das providências cabíveis."
O SwissLeaks envolve mais de US$ 100 bilhões. Dinheiro mantido entre 2006 e 2007 numa agência do HSBC de Genebra por cerca de 106 mil clientes de 203 países. Há na lista 8.667 clientes vinculados ao Brasil. Guardavam cerca de US$ 7 bilhões em 6.606 contas, algumas delas em regime de compartilhamento. É nesse pedaço da encrenca que o trabalho da PF se concentrará.
O vazamento das informações veio à luz graças a uma apuração jornalística conduzida por um consórcio internacional de repórteres. Chama-se ICIJ. Atua em vários países. No Brasil, é representado pelo jornalista Fernando Rodrigues, que vem publicando os dados no UOL, em seu blog.
Pressionando aqui, você chegará a um texto que ajuda a entender o caso. Aqui e aqui, você lerá notícias sobre as primeiras conexões estabelecidas entre os dados bancários vazados na Suíça e a Operação Lava Jato.
Cardozo decidiu se mover depois que o Senado deu o primeiro passo para a instalação de uma CPI sobre o SwissLeaks. Na sessão matutina desta sexta-feira (27), foi lido no plenário da Casa o requerimento de autoria do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Subscrito por 33 senadores, seis a mais do que o mínimo exigido pelo regimento, o documento pevê que a investigação parlamentar terá como alvo as contas de brasileiros mantidas na agência suíça do HSBC.
Feita a leitura do requerimento, os partidos terão de indicar os seus representantes na CPI. Se alguma legenda deixar de fazer as indicações, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se encarregará de escolher os nomes. Trata-se de uma exigência prevista no regimento interno do Senado.
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