PSDB decide se opor ao ajuste fiscal de Levy
O PSDB decidiu se opor às propostas de ajuste fiscal enviadas pelo governo ao Congresso. Isso levará o tucanato a viver uma experiência paradoxal. Acusado por Dilma Rousseff durante a campanha presidencial de tramar medidas impopulares, o ex-presidenciável Aécio Neves comandará a resistência ao pacote indigesto embrulhado por Joaquim Levy, um ex-colaborador do time econômico do seu comitê eleitoral.
Ao nomear para o Ministério da Fazenda Joaquim Levy, egresso da diretoria do Bradesco, Dilma parecia ter sequestrado a agenda do seu ex-oponente, condenando-o ao silêncio. Mas Aécio e o tucanato refinam o discurso. Além de realçar o "estelionato eleitoral" praticado pelo petismo, sustentarão que o ajuste encampado por Dilma a contragosto é "tímido". Limita-se a "aumentar impostos" e a "suprimir direitos" trabalhistas e previdenciários.
Para não ser acusado de repetir a oposição radical que o PT fazia ao governo Fernando Henrique Cardoso, o tucanato planeja defender a adoção de uma pauta alternativa. Nela, o ajuste fiscal é parte de um amplo programa de "reformas estruturais". De resto, planeja-se emendar as propostas do governo. Alega-se que faltam ao embrulho de Dilma, por exemplo, medidas que imponham sacrifícios maiores à União e estimulem os investimentos, indispensáveis à retomada do crescimento da economia.
O PSDB sinalizou seus planos aos parceiros de oposição —DEM, PPS e Solidariedade. Sem prejuízo de que cada legenda formule suas emendas, espera-se que a oposição atue em conjunto, forçando o PT de Dilma a defender as medidas impopulares que ela dizia na campanha que não eram necessárias.
— Atualização feita às 3h13 desta segunda-feira (23): Em artigo veiculado na 'Folha', sob o título "Pagando a conta", Aécio Neves anotou: "Temos hoje um governo sem qualquer diálogo com a sociedade, que faz o que quer, como quer e quando quer. Sem um plano de desenvolvimento, e eleito com base em promessas que não serão cumpridas, entrega ao país um ajuste rudimentar que terá um custo muito elevado para a sociedade, pois será baseado na redução de direitos dos trabalhadores, cortes do investimento público e aumento de carga tributária."
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