Depois de criticar Dilma, Levy tenta se explicar
O ministro Joaquim Levy (Fazenda) teve de fazer hora extra na noite deste sábado. Elaborou e mandou divulgar uma nota. No texto, ele tenta desfazer o mal-estar provocado pela divulgação de uma crítica que fizera à presidente Dilma Rousseff, a portas fechadas, na última terça-feira.
Numa conversa com ex-alunos da Universidade de Chicago, onde graduou-se PhD, Levy disse que Dilma nem sempre age da forma mais simples e eficaz. Expressou-se em inglês: "I think that there is a genuine desire by the president to get things right, sometimes not the easiest way, but… Not the most effective way, but there is this genuine desire".
Traduzido para o português, o comentário ficou assim: "Acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil… Não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno". Para desassossego de Levy, a conversa foi gravada. E a repórter Joana Cunha obteve a gravação, divulgando-a no site da Folha.
Na nota em que o Levy tenta desdizer o que de fato disse, anotou-se: "O ministro sublinha que os elementos dessa fala são os seguintes: aqueles que têm a honra de encontrarem-se ministros sabem que a orientação da política do governo é genuína, reconhecem que o cumprimento de seus deveres exige ações difíceis, inclusive da Exma Sra. Presidente, Dilma Rousseff, e eles têm a humildade de reconhecer que nem todas as medidas tomadas têm a efetividade esperada".
Levy teve a preocupação de esclarecer: "Isto não é uma nota oficial, mas uma manifestação pessoal do ministro". Fez essa observação para realçar o caráter informal da conversa que resultou na saia justa.
Essa não foi a primeira crítica que escorregou dos lábios do ministro (veja as outas no quadro abaixo). Mas ele ainda não havia criticado Dilma diretamente. A presidente foi informada sobre suas declarações. Mas o Planalto informou que ela não irá se manifestar.
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