Governo retoma práticas que dão em Lava Jato
A reiteração de grandes escândalos —o petrolão sucedendo o mensalão— significa que o governo não aprende com seus erros. Em vez de buscar o caminho da moralidade, afunda-se nos velhos vícios. Politicamente enfraquecida, Dilma Rousseff reativou o toma-lá-dá-cá em pleno governo de continuidade. Levou ao balcão uma centena de cargos. E cuida para que os chefes partidários sintam-se contemplados com "espaços" na administração pública. Pode não dar em nada. Mas esse é justamente o tipo de prática que costuma desaguar em operações como a Lava Jato.
Nesta terça-feira (19), o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP federal, emplacou o ex-deputado federal Felipe Mendes na presidência da Codevasf, a Cia. de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. Foi uma espécie de prêmio de consolação. Nogueira ambicionava a presidência do Banco do Nordeste. Mas para essa cadeira Dilma nomeou o economista Marcos Holanda.
Trata-se de um apadrinhado do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Marcos Holanda tomou posse há cinco dias. Ao discursar, agradeceu sua nomeação a Dilma, ao ministro Joaquim Levy e a Eunício, cuja malograda campanha ao governo do Ceará ele coordenou, no ano passado. A coisa começa assim. Se desandar, os padrinhos renegam os afilhados. E a madrinha diz "eu não sabia".
Suprema ousadia: eleita com a promessa de transformar o Brasil, Dilma torna o país cada vez mais igual ao que sempre foi. E fica moralmente cada vez mais parecida com Lula, em cuja administração a Petrobras foi ao balcão. Muitos críticos do sistema sustentam que os partidos não têm jeito. Verdade. Mas essa não é a principal encrenca. O problema começa em quem oferece vantagens. PMDB, PP e congêneres apenas jogam o jogo que lhes foi proposto. Nesse ritmo, Dilma acaba extinguindo o direito do brasileiro de ser otimista.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.