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Josias de Souza

Temer prevê Cunha belicoso e resolve não agir

Josias de Souza

11/10/2015 04h52

O vice-presidente Michel Temer prevê dias duros de roer para o governo. Em seus diálogos reservados, ele disse que Eduardo Cunha deve causar muitos problemas para o Planalto. Embora mantenha com o presidente da Câmara um diálogo fluido, Temer decidiu não se meter. Planeja atravessar a crise como observador.

Na última vez que Dilma lhe pediu uma opinião, Temer aconselhou-a a não arguir a suspeição do ministro Augusto Nardes, relator da contabilidade pedalada do governo referente a 2014. Sua opinião foi ignorada. E o governo amargou duas derrotas —uma no STF e outra no TCU.

Aliados de Cunha avaliam que, mesmo sitiado pelas más notícias que chegam da Lava Jato sobre suas contas na Suíça, ele tomará as providências necessárias para destravar a tramitação do pedido de abertura de processo impeachment contra Dilma. Temer concorda com a avaliação. Mas não pretende se envolver no esforço que o governo realiza para obter os 171 votos de que precisa para deter o impeachment.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.