Denunciado, Temer repete coreografia de Dilma
Vai começar tudo de novo. A exemplo do que fez com Dilma Rousseff, a Câmara terá que decidir se autoriza ou não a abertura de processo contra Michel Temer. A diferença é que Dilma foi acusada de crime de responsabilidade. Temer responderá por crime comum: corrupção passiva. Coube ao Senado condenar Dilma, enviando-a para casa mais cedo. Temer será julgado, se os deputados permitirem, pelo Supremo Tribunal Federal.
Temer repete a coreografia de Dilma. Compra com cargos e verbas os votos de que precisa. Se conseguir seduzir 172 deputados, o Planalto conseguirá impedir que o outro lado obtenha os 342 votos necessários para autorizar o Supremo a abrir uma ação penal contra Temer. O governo espera contar com a cumplicidade a legião de parlamentares corruptos que aguardam por uma sentença na luxuosa fila do foro privilegiado.
O presidente declarou que seu governo toca reformas modernizadoras e que não há nenhum Plano B. Em timbre desafiador, disse: "Nada nos destruirá. Nem a mim nem aos meus ministros." Está claro que Temer fará o que for necessário para se salvar. Resta saber se haverá em Brasília quem queira salvar o país. Ao ensaiar a tese de que as reformas se sobrepõem à imoralidade, Temer no fundo está pedindo ao brasileiro que faça como ele: se finja de bobo pelo bem da modernização da CLT e da Previvência.
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