Com Maluf, o PCdoB virou legenda prêt-à-porter
Com o discurso já meio demodê, o PCdoB fez ajustou sua ideologia em São Paulo. Encurtou a bainha, alargou nos ombros, afrouxou na cintura, desceu o decote, tingiu de amarelo, colocou rendas e babados. Pronto. A camarada Nádia Campeão ficou em condições de tornar-se vice de Fernando Haddad.
Ao ser confirmada na vaga que Luíza Erundina (PSB) refugou, a pecedodê Nádia revelou-se campeã na modalidade lero-lero ornamental. Defendeu a aliança com o PP de Paulo Maluf com um volteio. "É importante ter outro partido na nossa aliança. E, como já disse o Haddad, não podemos personificar um partido."
Em eleição passada, quando o seu PCdoB dividia-se entre o apoio a Marta Suplicy e a candidatura própria, Nádia Campeão alvejava o PT por flertar com o mesmo Maluf. Dizia que o petismo dava "um passo à direita". "Foi um comentário político, no sentido de que era muito melhor a Marta se aproximar do bloquinho de esquerda [PCdoB, PDT e PSB] do que do Maluf", declara agora a camarada, noutro volteio.
No discurso de recepção à nova vice, o petê Haddad criticou, a alturas tantas, a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). "Essa administração desperdiçou, seguramente, a melhor década dos últimos 30 anos por falta de coerência, de visão estratégica, de planejamento, de grandeza."
As circunstâncias aconselham o companheiro a abolir do vocabulário expressões como "coerência" e "grandeza". Na véspera, Haddad já havia declarado que escolheu Nádia "por ser mulher e por ser coerente."
Ora, Kassab só não fechou com o PT porque preferiu dar o balão em Lula. E o PCdoB da camarada Campeão apoia o prefeito na Câmara. Mais: participa da administração municipal. Num cenário assim, tão maleável, pode haver de tudo, menos coerência.
Só há duas hipóteses de os atores parecerem grandes: ou todo mundo se acocora ao redor ou manda-se rebaixar o pé-direito.
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