De volta ao palanque, Lula ataca rivais mineiros
Lula está de volta aos palanques. Reestreou em Belo Horizonte. Vigiado por uma fonoaudióloga, discursou por cerca de 13 minutos minutos para uma plateia estimada em 5 mil pessoas. Para os padrões pré-câncer, falou pouco, muito pouco, pouquíssimo. Mas no pouco que disse fez lembrar o velho Lula de sempre.
O cabo eleitoral do PT foi à capital mineira para trombetear a candidatura de Patrus Ananias à prefeitura da cidade. A pretexto de enaltecer o ex-ministro do Bolsa Família, Lula vergastou o PSDB do presidenciável Aécio Neves e o PSB do neopresidenciável Eduardo Campos.
Alfinetou Aécio criticando o governador tucano de Minas Antonio Anastasia. Espetou Eduardo batendo no prefeito peessebê de Belo Horizonte Marcio Lacerda. Mirou em ambos abaixo da linha da cintura.
Sobre Anastasia declarou: "Parece que o governo estadual não está tão bem como se dizia. O governador não pode falar isso. Se pudesse, ia dizer que o Estado está quebrado." E sobre Lacerda: é "um tocador de obras que às vezes não sabe nem sorrir. Que às vezes parece que não tem coração. Parece uma pedra de gelo."
O governador "quebrado" elegeu-se em 2010 dobrando Hélio Costa (PMDB), um antagonista que teve Lula em seu palanque. O prefeito "pedra de gelo" chegou ao poder em 2008 com as bênçãos de Lula, numa coligação que juntou o PSDB de Aécio e o PT de Fernando Pimentel. O petismo o apoiava até ontem. Desembarcou da administração municipal sem entregar todos os cargos.
Ao meter-se na disputa mineira, Lula flerta com o infortúnio. Embala Patrus na contramaré da vontade do eleitorado. Tomado pelo Datafolha, o eleitor de Belo Horizonte revela, por ora, a disposição de reeleger Lacerda. O prefeito amealha 46% das intenções de voto, contra 30% atribuídos a Patrus.
Como que decidido a desmerecer o ex-aliado que o PT converteu em antagonista na última hora, Lula acusou Lacerda de levar ao ar em sua campanha propaganda enganosa. O ex-soberano insinuou que o sucesso da atual gestão municipal de Belo Horizonte é dele, não do prefeito.
"Esses [prefeitos] pegaram quatro anos do meu mandato. Boa parte [das obras] é parceria com o governo federal ou empréstimos do BNDES. O povo mineiro não vai se deixar enganar pela propaganda falsa na telinha", disse. "É importante que eles saibam que não estariam no governo se não fossemos nós."
A certa altura, alvejou o antecessor Fernando Henrique Cardoso. Declarou que, à época em que foi prefeito, de 1993 a 1996, Patrus recebeu do ex-presidente tucano um tratamento pouco republican. "As verbas não eram liberadas", acusou.
"Quando foi prefeito, ele não tinha nenhum presidente colocando dinheiro na cidade. Não tinha o Lulinha lá. Não tinha a Dilminha lá. Tinha o FHC, que não dava dinheiro pra ninguém." Como se vê, a voz de Lula já não é a mesma. Mas o veneno da língua permanece inalterado. Em 2010, enterrou Hélio Costa. Agora, aposta o PT, vitaminará Patrus. A ver.
No mapa da guerra esboçado por Lula para 2012, seu rosto já foi exposto na propaganda de petistas e aliados em várias cidades. A lista inclui favoritos e azarões (repare no quadro abaixo). As urnas de outubro dirão qual foi o resultado. Por ora, a versatilidade de Lula rendeu-lhe uma provocação na web (veja o vídeo no rodapé).
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