Apoiado por réu, Serra usa mensalão contra PT
Se o candidato está angustiado, em queda nas pesquisas, encomenda aos marqueteiros cinco mensagens envenenadas e mistura com uma promessa convencional. Fecha os olhos e escolhe uma peça ao acaso para levar ao ar na propaganda da tevê. É o que se chama de roleta-eleitoral.
Nesta sexta (7), pela primeira vez, o candidato tucano José Serra usou o escândalo do mensalão como munição para alvejar o rival petista Fernando Haddad no horário eleitoral. Afirmou o seguinte:
"Não adianta dizer que faz o bem, agindo mal. Eu digo isso por que São Paulo e o Brasil estão vendo o STF julgar o mensalão, mandando para cadeia o jeito nefasto, maléfico de se fazer política."
Beleza. O problema é que Serra carrega em sua coligação o PR. Uma legenda que, em São Paulo, é comandada pelo réu Valdemar Costa Neto. Beneficiário de valerianas de R$ 8 milhões, Valdemar aguarda na fila pela sentença do STF.
O marketing prova: comitês eleitorais também cometem suicídio. Todo mundo sabe que, se a política fosse feita à base de lógica, ia faltar material. Mas convém não exagerar.
Serra talvez devesse aproveitar o feriado do Dia da Pátria para levar à vitrola o samba 'Estatuto da Gafieira'. Foi composto por Billy Blanco em 1953. Ensina: "Moço, olha o vexame/O ambiente exige respeito/Pelos estatutos/Da nossa gafieira/Dance a noite inteira/Mas dance direito…"
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