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Josias de Souza

No STF, Barbosa e Lewandowski se encontram no cruzamento do espantoso com o impensável

Josias de Souza

26/09/2012 19h55

Diz-se que Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, relator e revisor do mensalão, não se entendem. Não é bem assim. Na verdade, eles já nem se falam. Na sessão desta quarta (26), testemunhou-se um novo (des)encontro. Deu-se no cruzamento do espantoso com o impensável.

Na passagem mais tensa, Lewandowski foi acusado por Barbosa de fazer "vista grossa" para provas contidas nos autos (repare no vídeo do alto). Pouco antes, o relator cobrara do revisor a distribuição antecipada do voto. Insinuara que o colega conspirava contra a transparência.

Lewandowski rodou a baiana. Marco Aurélio Mello, Ayres Britto e Celso de Mello solidarizaram-se com ele. Barbosa não se deu por achado. Anunciou para o reencontro desta quinta (27) a leitura de uma réplica. A coisa promete.

Tudo isso ocorreu sob os holofotes da TV Justiça, potencializados por outras emissoras. Quem viu achou a coisa toda meio esquisita. Sobretudo o modo como os ministros referem-se um ao outro. É 'Vossa Excelência' pra cá, 'Vossa Excelência pra lá'. Data venia, ficou a impressão de que, mantido o nível, os contendores deveriam se chamar de 'você'. Ou de coisa pior.

Aqui, notícia sobre o voto do revisor Lewandowski.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.