PSOL lança candidato à presidência da Câmara

O PSOL formalizou nesta quinta-feira a candidatura do deputado Chico Alencar (RJ) à presidência da Câmara. Em nota assinada pelo líder Ivan Valente (SP), a legenda explicou que seu propósito é o de oferecer "um contraponto radical, frontal e nítido" a tudo o que representam "os candidatos do condomínio oficial do poder." Uma alusão ao deputado Henrique Eduardo Alves e ao senador Renan Calheiros, favoritos do PMDB na sucessão interna da Câmara e do Senado.

Enfrentá-los, diz a nota, é "um imperativo ético". Sem chances de vitória, Alencar entra no tabuleiro com o propósito de tentar levar a disputa para o segundo turno. Além do favorito Henrique, estão na pista Júlio Delgado (PSB-MG) e Rose de Freitas (PMDB-ES). Nascido de uma costela do PT, o PSOL invoca, de resto, razões historiográficas para o lançamento da anticandidatura de Alencar, um professor de história.

Diz a nota: "Os anais da história precisam registrar a existência dos que resistem ao consenso passivo diante da ordem injusta, da degradação do Parlamento e da corrupção sistêmica que a reproduz." Quer dizer: daqui a 20 anos, quando alguém recordar Shakespeare –"Não há o que escolher num saco de batatas podres"— a turma do PSOL vai gritar: na Câmara, havia o Chico Alencar. Alguém indagará: Chico do quê? E virá a explicação: era um ex-petista visto pelos colegas da Câmara como alguém que não teve poder para cometer os próprios pecados e, por isso, criticava os erros de antigos correligionários e dos seus aliados do PMDB.