Alvo de novo protesto, pastor Feliciano fala em ‘perseguição religiosa’ e convoca outras igrejas
O deputado-pastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi alvo de nova manifestação na noite deste domingo (10). Deu-se em Franca, no interior de São Paulo. Ao chegar a um dos templos de sua igreja, Feliciano foi recepcionado por 150 pessoas. Brandindo cartazes, protestaram aos gritos contra a permanência do parlamentar na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Acionada, a Polícia Militar enviou quatro viaturas. Feliciano deixou o culto antes do encerramento. Seu carro foi cercado. Mas, sob proteção policial, ele deixou o local sem incidentes.
A exemplo do que ocorrera com os protestos realizados no sábado em pelo menos dez capitais, o ato de Franca foi convocado por meio das redes sociais. Acusado de racista e homofóbico, o deputado-pastor aproveitou a azáfama ocorrida em Franca para repisar a convocação de ato de desagravo a si próprio. Conforme já noticiado aqui, a coisa acontrecerá nesta segunda (11), noutro templo da igreja de Feliciano, em Ribeirão Preto.
Feliciano levou ao seu site na internet uma nota de "repúdio ao ato de violência." Depois, pendurou no Twitter uma mensagem que conduz os internautas que o seguem a um vídeo (assista lá no alto). A peça traz imagens do protesto deste domingo. Dramatiza a manifestação, vendendo-a como ato de "perseguição religiosa", de inspiração "LGTB".
Na parte final do vídeo, falando em nome de Feliciano, um pastor renova a convocação para que líderes religiosos compareçam à sede da igreja do deputado na cidade de Ribeirão Preto. Nesse encontro, Feliciano tentará atrair a solidariedade de pastores e padres do interior de São Paulo.
Um dos manifestantes de Franca, o professor universitário Alex Dutra, 26, cuidou de furar o balão da "perseguição religiosa". Disse: "Não é uma manifestação de intolerância religiosa, mas é contra a figura do deputado Feliciano, que já teve atitudes racistas e homofóbicas. Queremos mostrar para a população o que a figura dele representa. Ele preside uma comissão que representa as minorias, mas não é isso que tem feito até o momento."
Feliciano e seus assessores passaram o final de semana guerreando na web. Esforçaram-se para circunscrever a aversão ao deputado aos "gays, lésbicas, bissexuais e travestis". Na contamão dessa pregação, veio à luz neste domingo uma nota do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil). Reunido em assembléia, o o conselho manifestou seu "repúdio" à ascensão de Feliciano ao comando da comissão de Direitos Humanos.
O documento anota a certa altura: "Expressamos nosso repúdio ao processo que levou à escolha do deputado Marco Feliciano (PSC), o qual, por suas declarações públicas, verbais e escritas de conteúdo discriminatório, de cunho racista e preconceituoso contra minorias, […] responde a processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal."
Sob o guarda-chuva do CONIC, abrigam-se a Igreja católica, a Episcopal Anglicana do Brasil, a Luterana, a Presbiteriana Unida e a Sirian Ortodoxa de Antioquia. Quer dizer: Feliciano terá dificuldades para converter seu infortúnio numa guerra religiosa. Quanto mais se mexe, mais o deputado-pastor expõe o próprio calcanhar.
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