Contrariedade de Dilma fez Temer se desdizer
Dilma Rousseff ficou aborrecida com a entrevista concedida por Michel Temer. Não gostou de saber que o vice-presidente admitira a falta de tempo para realizar um plebiscito em tempo de produzir alterações nas regras eleitorais de 2014. Foi para aplacar a contrariedade da presidente que Temer se reposicionou em cena.
Ninguém entendeu direito. No final da manhã, após reunir-se com líderes governistas e ministros, Temer recuou da tese do plebiscito a jato. Fez isso sob holofotes: "Não há mais condições de fazer qualquer consulta antes de outubro. Não havendo condições temporais para fazer essa consulta, qualquer reforma que venha se aplicará para as próximas eleições e não para esta" (repare no vídeo lá do alto).
À tarde, Temer recuou do recuo. Dessa vez, absteve-se de comparecer à boca do palco. Falou por meio de nota. "Embora reconheça as dificuldades impostas pelo calendário, reafirmo que o governo mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014."
Entre o Temer matutino e o Temer vespertino, houve a irritação de Dilma. Uma irritação que forçou também o ministro José Edaurdo Cardozo (Justiça) a se recompor. Ele estava ao lado de Temer na entrevista concedida defronte do Palácio do Jaburu. Concordou com ele: "Há uma avaliação de que é muito difícil". Falou sobre o suposto consenso dos líderes governistas quanto à tese do plebiscito (assista abaixo). Ficou subentendido que concordava com Temer em relação aos prazos.
Dilma determinou que Cardozo se explicasse. O ministro mandou chamar os jornalistas para declarar: "O governo não mudou de posição em nenhum momento." Heimmm?!? Cardozo jogou a batata quente no colo dos congressistas. "O governo não pode bater o martelo sobre o plebiscito porque o martelo é do Congresso".
Mais cedo, entre as declarações matutinas e vespertinas do vice e do ministro, Dilma discursara em defesa do plebiscito num evento na Bahia (veja abaixo). Quer dizer: está entendido que não haverá plebiscito a toque de caixa. Também está claro que as regras de 2014 não mudarão. Primeiro porque o calendário é curto. Segundo porque a maioria dos partidos não quer. Dilma já entendeu que a ideia morreu. Apenas não quer segurar a alça do caixão. Enquanto isso, ninguém fala sobre saúde, educação e transportes, as demandas das ruas.
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