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Josias de Souza

No PMDB, maioria pró-aliança enfrenta erosão

Josias de Souza

21/07/2013 05h16

O declínio de Dilma Rousseff nas pesquisas e a flacidez eleitoral dos seus prováveis antagonistas deixam o PMDB inquieto. O partido do vice-presidente Michel Temer move-se em direção a 2014 como uma espécie de macaco cego à procura de banana no deserto. Uma alma que conhece os múltiplos interesses da legenda nos Estados e sabe fazer as contas avalia que a renovação da aliança com o PT deixou de ser uma fava contada.

Na melhor das hipóteses a deterioração do prestígio de Dilma diminui e Temer chega a junho do ano que vem com votos ainda suficientes para aprovar na convenção do PMDB a reedição da parceria. No pior cenário, o descontentamento com Dilma se espraia e a parceria com o PT vai para o beleléu.

Nos dois casos, o PMDB de 2014 será mais parecido com a legenda atomizada de 2002 do que com a agremiação relativamente unificada de 2006 e 2010. Lula conhece bem a diferença. No primeiro reinado, o distanciamento de um pedaço do PMDB empurrou-o para parcerias que desaguaram no mensalão.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.