Ato de Aécio Neves pode não ter governadores

Num país como o Brasil, em que vigora o presidencialismo imperial, o melhor amigo de um governador de Estado é o cofre do Tesouro Nacional. Vem daí que os cinco governadores eleitos ou reeleitos do PSDB cogitam ausentar-se do ato oposicionista convocado por Aécio Neves para esta quarta-feira (5).

Condenados a um convívio compulsório de mais quatro anos com Dilma Rousseff, os executivos tucanos preferem não levar as mãos à corda que Aécio irá puxar ao criticar a prosposta de "diálogo" feita pela presidente petista. O paulista Geraldo Alckmin acha mais razoável que Aécio faça um segundo encontro, só com governadores.

A repórter Raquel Ulhôa ouviu o governador reeleito de Goiás, o tucano Marconi Perillo. Ele deu razão a Alckmin. "O Poder Legislativo tem a função de fiscalizar e fazer uma oposição construtiva, uma crítica que ajude o Brasil. […] A eleição colocou o partido na oposição. Agora nós, governadores, temos um outro papel."

Como assim? "Se perguntar ao Serra [José Serra, ex-governador] ou Aécio o que pensam da ação dos governadores, eles, que já foram, vão dizer que governador é governador, presidente é presidente. A relação é institucional e tem que ser do mais alto nível, se não o prejudicado é o povo."

Aécio retornou ao Senado nesta terça-feira (4). Revitalizado pela votação expressiva, foi recebido com festa. Em entrevista, condicionou o diálogo com o governo às mudanças que Dilma for capaz de implementar.