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Josias de Souza

80 PMs protegem o procurador Janot em Minas

Josias de Souza

27/02/2015 17h11

A poucos dias de requerer ao STF a abertura de processos contra os agentes políticos envolvidos no petrolão, o procurador-geral da República Rodrigo Janot voou para a cidade mineira de Uberlândia. Foi soliridarizar-se com um promotor que sobreviveu a um atentado —levou três tiros pelas costas. Tomado pelo esquema de segurança que o rodeava, Janot parece recear que algo lhe aconteça.

Para evitar voos de carreira, o procurador-geral viajou em jato cedido pela FAB. Aguardava-o no desembarque um aparato envolvendo 80 PMs. Entre eles três atiradores de elite. Na véspera, em reunião com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), Janot fora aconselhado a zelar por sua integridade, protegendo-se.

"Não sou uma pessoa assombrada, mas alguns fatos concretos têm me levado a adotar algumas regras de contenção", disse Janot, antes de revelar que, no mês passado, teve a casa invadida. Embora tivessem vários itens de valor à disposição, os invasores levaram apenas o controle remote do portão do imóvel.

Janot faz bem em acautelar-se. O ministro Cardozo diz que serviços de inteligência do governo farejaram ameaças ao procurador-geral. Na dúvida, melhor não facilitar. Na conjuntura atual, até um surdo deve acreditar em tudo o que não ouve.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.