Em tempos de teto de gastos, bancada governista trama reajustar servidores
Pelo discurso que ostenta e pela prática que exibe, o governo Michel Temer pode ser considerado o maior opositor de si mesmo. Em movimentos simultâneos, o Planalto mobiliza sua infantaria para concluir a votação da emenda do teto dos gastos e libera seus apoiadores para aprovar um projeto que faz subir no telhado a confiança no compromisso de austeridade. A proposta concede reajustes salariais a um novo lote de servidores públicos.
Partidos do conglomerado governista esboçam um acordo para aprovar até esta quarta-feira (26), no plenário da Câmara, projeto que engorda os contracheques da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, dos peritos agrários do Incra, dos analistas e desenvolvedores de políticas sociais e dos servidores do velho e bom Dnit, órgão do Ministério dos Transportes que (des)cuida das rodovias federais.
O projeto traz as digitais do próprio Temer. A exemplo do que ocorreu em junho, quando a Câmara aprovou um pacote de 14 propostas com mimos salariais para 38 corporações, alega-se que o novo governo apenas avalizou reajustes que já haviam sido negociados por Dilma Rousseff. A emenda do teto, a recessão e os 12 milhões de brasileiros que a crise desempregou convertem esses avais de Temer em paradoxos perturbadores.
O grosso dos aumentos será dividido em três parcelas. Estima-se que até 2019, devem criar despesas permanentes de cerca de R$ 3,094 bilhões por ano. Se tudo correr como foi planejado, o salário de um delegado da Polícia Federal no ápice da carreira passará de R$ 22,8 mil para R$ 30,9 mil por mês.
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