Facções do poder e dos presídios se completam
.
Com o juiz Sergio Moro em férias e o Supremo Tribunal Federal operando em ritmo de recesso, imaginou-se que o noticiário policial poderia dar um refresco entre o Natal e o Carnaval. Mas houve apenas uma troca de personagens. Saíram momentaneamente das manchetes as facções criminosas do poder, que enfraquecem o Estado. Entraram em cena as facções barra-pesada, que aproveitam a impotência do poder público para se organizar e crescer.
As gangues de colarinho branco barbarizam a partir de gabinetes limpinhos e refrigerados. As facções de colarinho puído convertem presídios fétidos em centros decisórios da barbárie. Um grupo limpa os cofres públicos. O outro suja a paisagem de sangue. Num ou noutro caso, o Brasil mantém intacta no estrangeiro sua imagem de país exportador de descalabros.
Há algo em comum entre as facções de colarinho branco e os criminosos de colarinho puído. Os dois agrupamentos promovem a morte. A diferença é que os corruptos não portam armas. Suas vítimas morrem, por exemplo, nos corredores de hospitais sem verba. A bandidagem barra-pesada precisa ser mais explícita para virar notícia. Oferece a matança de rivais com decapitações.
Foi-se o tempo em que o brasileiro sonhava com uma solução para a criminalidade. Hoje, é preciso planejar o futuro levando em conta o insolúvel.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.